
Acne e alimentos de alto índice glicêmico
A acne vulgar afeta de 85 a 100% da população, podendo acontecer em qualquer pessoa, em diferentes épocas ao longo da vida, sendo, provavelmente, a mais frequente das doenças cutâneas. Nas fases iniciais, estão presentes dermatoses como pápulas foliculares não inflamatórias ou comedões e, nos quadros mais severos, por pápulas inflamatórias, pústulas e nódulos.
A acne desenvolve-se por um conjunto de fatores, como a hiperqueratinização folicular, aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas estimulado por fatores endócrinos, colonização bacteriana no folículo pilossebáceo do propionibacterium acnes com a liberação de mediadores inflamatórios, sendo uma patogênese multifatorial.
O acometimento da acne ocorre por uma doença específica da unidade pilossebácea, manifestando-se em áreas do corpo, onde se encontram glândulas sebáceas em maior número e maior tamanho, tais como: face (área em que a dermatose é mais evidente socialmente, por ser uma área mais exposta), costas, peito e ombros.
Essa dermatose deve ter um novo olhar, com um tratamento multidisciplinar, pois a alimentação pode ter uma influência e deve ser considerada no tratamento dessa dermatose. Dessa forma, uma prescrição dietoterápica adequada é muito importante.
A ingestão de carboidratos de baixa Carga Glicêmica (CG) e aumento no consumo de proteína podem trazer benefícios, entretanto deve-se atentar para os efeitos em longo prazo dessa dieta, pois ainda não são totalmente conhecidos.
Estudos que envolveram indivíduos com acne tiveram como fontes de carboidrato em níveis que superaram o grupo controle nos seguintes grupos alimentares: bebidas, frutas, arroz e tubérculos e sopas e massas, indicando consumo de alimentos ricos em açúcar, sendo mais consumidos os sucos industrializados, refrigerante, bolo, macarrão, pizza, banana, arroz e batata.
Pesquisadores comentam que a ingestão de carboidratos de alta carga glicêmica seria um marcador de hiperinsulinemia, aumentando a insulin like growth fator /IGF-I (insulina como fator de crescimento) que atua em diferentes tecidos, incluindo a pele, estimulando a proliferação de queratinócitos basais. A hiperinsulinemia provocada por certos alimentos é capaz de induzir proliferação de tecido e o aumento da síntese de androgênio, contribuindo, assim, para o aparecimento e gravidade da acne.
Para equilibrar sua alimentação e evitar a acne, procure um nutricionista.
Referências:
BONATTO S. et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 30 n.9 p:1837-1848, set, 2014.
COMINA. F.; SANTOS Z. E. A. Relação entre carga glicêmica da dieta e acne. Sci. Med. Ed. 21 v.1 p. 37- 43, 2011.
DOMÍNGUEZ-UGALDE, M.G. et al. Niveles de insulina en adolescentes con acné comedónico, Gac. Med. Mex.; v. 151 p.438-42, 2015.