
Benefícios dos chás no inverno
A crescente procura por plantas medicinais, aromáticas e condimentares, é observada em diversos países devido à tendência dos consumidores em utilizarem, e, preferencialmente, no inverno. No Brasil, as espécies medicinais mais cultivadas e comercializadas não são nativas e grande parte foi trazida pelos imigrantes, como a camomila (Chamomilla recutita), a hortelã (Mentha spp.), o manjericão (Ocimum spp.), o capim-limão (Cymbopogon citratus) e a vinca (Catharanthus roseus). Vamos falar dos chás mais usados e que conferem maiores benefícios para a saúde.
O Capim-limão, da espécie Cymbopogon citratus Stapf., é conhecida popularmente por mais de 20 nomes, dentre estes capim-limão e capim-santo. Possui hábito herbáceo, crescendo em touceiras de mais de 1m, sendo as folhas ricas em óleos essenciais, contendo principalmente citral. Apresenta efeito antiinflamatório, atividade antibacteriana frente a cepas isoladas de infecção urinária, atividade antimicrobiana e efeito antigenotóxico.
O chá-verde (Camellia sinensis Kuntze) é um composto rico em polifenóis, flavonóides e catequinas, que são os seus principais componentes terapêuticos. Dentre suas atividades biológicas temos: o antioxidante, quimioprotetora, anticarcinogênico e antiinflamatória. Destaca-se sua ação antioxidante contra os radicais livres que têm importante papel em processos patológicos como: na lesão tecidual, lesões de isquemia e reperfusão, aterosclerose, envelhecimento celular e carcinogênese.
O hibisco (Hibiscus sabdariffa L. Malvaceae) é uma importante planta medicinal, originária da Índia, do Sudão e da Malásia, sendo posteriormente levada para a África, Sudeste da Ásia e América central. Em busca de mais alimentos ricos em compostos fenólicos e consequentemente com alta atividade antioxidante, a indústria alimentícia já se utiliza dos benefícios do H. sabdariffa L., tanto de suas folhas quanto do cálice, que é a parte da corola composta por cinco pétalas de intensa coloração vermelha. Atualmente, pesquisas têm demonstrado que os compostos fenólicos são fitoquímicos que apresentam grande interesse nutricional por contribuir para a saúde humana, devido à capacidade anticarcinogênica e antimutagênica.
A secagem das plantas aromáticas e medicinais é interessante e visa minimizar a perda de princípios ativos e retardar a sua deterioração em decorrência da redução da atividade enzimática, permitindo a conservação das plantas por um período maior para a sua posterior comercialização e uso.
Utilize sempre chás de folhas naturais; evite a ingestão de chás industrializados (em sachês), pois não conferem os mesmos benefícios das folhas in natura.
Referências:
Amorozo, M.C.M. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica 16(2): 189-203, 2002.
HEIN, K.E.; TAGLIAFERRO A.R.; BOBILYA, D. J. Flavonoid antioxidants: Chemistry, metabolism and structure-activity relationships. Journal of Nutritional biochemistry, Stonehaum, v.13, p. 572- 584, 2012.
Cápiro, N.; Sanchez-Lamar, A.; Fonseca, G.; Baluja, L. & Borges, E. Capacidad protectora de Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. Ante el daño genético inducido por estrés oxidativo. Revista Cubana de Investigación Biomedica 20(1): 33-38, 2011.