
DIA NACIONAL DE COMBATE AO COLESTEROL
A formação da placa de ateroma na parede dos vasos sanguíneos, bem como suas consequências clínicas (infarto do miocárdio e Acidente Vascular Encefálico) frequentemente estão associados com hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, diminuição do HDL-c, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e obesidade.
A base para a prevenção de doenças cardiovasculares é o controle de alguns fatores de risco como uma dieta equilibrada aliada ao estilo de vida saudável (prática de exercícios físicos regulares, cessação do tabagismo e redução da ingestão de álcool).
As repercussões da ingestão de gordura, no entanto, não se restringem ao
metabolismo lipídico; o tipo de gordura ingerida pode influenciar também outros fatores de risco, como a resistência a insulina e a pressão arterial. O consumo de gorduras saturadas deve ser limitado, porém o mais importante é sua substituição parcial por poli-insaturadas, que estão associadas a diminuição de colesterol total e LDL-c.
A importância dos carboidratos na gênese da doença cardiovascular também deve ser ressaltada. É sabido que a ingestão aumentada de carboidratos, especialmente os de rápida absorção, favorece um desequilíbrio entre a oferta de lipídeos e os demais nutrientes, possibilitando o estabelecimento de hipercolesterolemia (nível de evidência A). Além disso, o elevado consumo de carboidratos refinados exerce efeito direto no excesso de peso e desenvolvimento da obesidade.
A Organização Mundial da Saúde passou a recomendar, a partir de 2015, o consumo máximo de 5% em Kcal do valor energético da dieta na forma de açucares de adição.
O colesterol alimentar é encontrado em gorduras animais, como ovos, leite e derivados, carne vermelha, camarão, pele de aves e vísceras. A resposta dos níveis de colesterol sanguíneo decorrente do consumo de colesterol alimentar é variável, pois alguns genótipos podem influenciar as concentrações de LDL e VLDL. Diante de controvérsias, diversas diretrizes internacionais recomendam o controle de gorduras totais e de colesterol dietético.
As recomendações atuais indicam que a ingestão de um ovo ao dia pode ser
aceitável, se outros alimentos ricos em colesterol forem controlados na dieta e limitam o consumo de colesterol em até 300 mg ao dia (nível de evidência A). Vale ressaltar que deve-se atentar na forma de preparo do ovo: quando esse é frito ou mexido, há adição de gorduras, aumentando as calorias e dependendo do tipo e quantidade de gordura, eleva o colesterol sanguíneo.
O consumo de fitosteróis reduz a absorção de colesterol. Existe relação inversa entre o consumo habitual de fitoesteróis na dieta e os níveis séricos de colesterol ou de LDL-c. A suplementação de 2 g ao dia de fitoesteróis pode auxiliar na redução do colesterol total e LDL-c em 8,2% e 9,3%, respectivamente, quando associado a uma dieta pobre em gorduras saturadas e colesterol (nível de evidência A). Psyllium é a fibra solúvel mais estudada na redução do colesterol.
Pesquisadores observaram que doses de 7 a 15 g ao dia estão associadas com uma redução de 5,7% a 20,2% de LDL-c e redução de 2 a 14,8% de colesterol total (nível de evidência A). Estudos com aveia demonstram resultados semelhantes ao Psyllium.
Procure um nutricionista para te auxiliar quanto à alimentação saudável,
orientações sobre a seleção de alimentos, modo de preparo, suplementação, quantidade e possíveis substituições alimentares, em sintonia com a mudança do estilo de vida.
Referências:
Wang Q, Afshin A, Yakoob MY, Singh GM, Rehm CD, Khatibzadeh S, et al; Global Burden of Diseases Nutrition and Chronic Diseases Expert Group (NutriCoDE). Impact of nonoptimal intakes of saturated, polyunsaturated, and trans fat on global burdens of coronary heart disease. J Am Heart Assoc. 2016;5(1).pii: e002891.
Berger S, Raman G, Vishwanathan R, Jacques PF, Johnson EJ. Dietary cholesterol andcardiovascular disease: a systematic review and metaanalysis. Am J Clin Nutr. 2015;102(2):276-94.
U.S. Department of Health and Human Services and U.S. Department of Agriculture. 2015-2020. Dietary Guidelines for Americans. 8th ed. 2015.
De Smet E, Mensink RP, Plat J. Effects of plant sterols and stanols on intestinal cholesterol metabolism: suggested mechanisms from past to present. Mol Nutr Food Res. 2012;56(7):1058-72.