
É recomendado trocar o sal refinado comum pelo sal do Himalaia?
O sal do Himalaia, também conhecido como sal rosa, ganhou popularidade nos últimos anos devido aos seus possíveis benefícios à saúde em substituição ao sal refinado.
Extraído de rochas da região do Himalaia, a importação por indústrias brasileiras impulsionou o seu consumo, que aumentou significantemente nos últimos tempos. O maior estímulo ao consumo do sal do Himalaia justifica-se na afirmação de que o produto apresenta teor reduzido de sódio e aumentado de oligoelementos em comparação com o sal marinho.
Nutricionalmente, sal do Himalaia é semelhante ao sal regular, visto que ambos apresentam quantidades similares de sódio e poucas diferenças no perfil de minerais.
No tocante ao teor de minerais, as diferenças para os teores de cálcio, magnésio, potássio e zinco podem ser justificadas pela composição mineral dos locais de extração, que sofrem influência ambiental. Assim, o teor dos oligoelementos é consequência das características inerentes às regiões de extração.
Entretanto, essa diferença na composição não confere um benefício nutricional ao sal do Himalaia, não justificando possíveis efeitos benéficos atribuídos ao seu consumo regular, visto que esse produto continua sendo uma fonte de sódio. Sabemos que pode se atingir um bom aporte vitamínico e de minerais através do consume regular de frutas e verduras.
Portanto, o sal do Himalaia é um produto com teor de sódio similar ao do sal refinado comum e, embora alguns minerais apresentam-se em quantidade um pouco maior, seu uso é dispensável.
Referências:
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