
Importância do ângulo de fase da Bioimpedância no prognóstico do câncer
A incidência de câncer vem crescendo nas últimas décadas possivelmente como consequência de alterações nos padrões de vida e consumo alimentar da população.
Os indivíduos com essa patologia, frequentemente apresentam perda involuntária de peso, anorexia, enfraquecimento da força muscular e perda de massa muscular que estão associados com um mau prognóstico e maior risco de mortalidade.
A bioimpedância elétrica é uma técnica simples, segura, prática, rápida, não invasiva e que pode ser realizado em indivíduos enfermos e saudáveis para avaliação de composição corporal.
Esse método é caracterizado pela passagem de uma corrente elétrica de alta frequência e baixa amplitude que determina os valores de resistência e reactância. Além disso, é possível calcular o valor do ângulo de fase através da seguinte fórmula, ângulo de fase = reactância/resistência x 180º/ ?. O ângulo de fase parece ser capaz de evidenciar o prognóstico de indivíduos doentes, tendo em vista que este é dependente da capacitância dos tecidos e está associado à integridade celular e, consequentemente, com a capacidade de resposta a agressão promovida pela patologia.
Um trabalho realizado nos Estados Unidos da América com pacientes em estágios avançados de câncer, publicado em 2014, observou que a medida que o ângulo de fase aumentava o tempo de sobrevivência também aumentou, estes resultados corroboram aos encontrados por outro estudo com pacientes portadores de câncer no pâncreas, ambos com associação positiva e significativa. Um estudo conduzido no Brasil, publicado em 2017, avaliou pacientes com câncer colorretal e concluiu que o ângulo de fase menores estavam associados a maior risco relativo de morte nesta população. De forma geral, os estudos apontam que valores de ângulo de fase menores que 5° estão associados à menor tempo de sobrevida, enquanto que valores maiores que 5° estão associados a melhor prognóstico.
Referências:
BARAO, K. et al. Association Between Nutrition Status and Survival in Elderly Patients With Colorectal Cancer. Nutr Clin Pract, v. 32, n. 5, p. 658-663, 2017.
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EICKEMBERG, M. et al. Bioimpedância elétrica e sua aplicação em avaliação nutricional. Rev Nutr, v. 24, n. 6, p. 883-893, 2011.
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