
Nutrição e Enxaqueca
A migrânea ou a enxaqueca é um tipo especial de cefaleia, que pode resultar de fenômenos vasculares anormais; no entanto, o mecanismo exato da doença ainda está desconhecido. A literatura demonstra que diversos fatores nutricionais são apontados como prováveis deflagradores da migrânea.
A alimentação adequada exerce papel positivo no tratamento preventivo da migrânea, por outro lado, o jejum prolongado e o consumo de alguns alimentos, bebidas e condimentos têm sido relatados como os principais fatores desencadeantes desta. Os gatilhos alimentares podem afetar sua fisiopatologia, influenciando na liberação de serotonina e noradrenalina, causando vasoconstrição ou vasodilatação, ou por estimulação direta de gânglios trigeminal, tronco cerebral e vias neuronais corticais, contribuindo assim para o desencadeamento de migrâneas em pessoas susceptíveis.
Muitos estudos associam alimentos, bebidas e aditivos com a migrânea, sendo os mais citados: queijo, chocolate, frutas cítricas, banana, nozes, carnes “curadas”, produtos lácteos, cereais, feijão, cachorro-quente, pizza, alimentos gordurosos, sorvetes, frutos do mar, ovos, chá, refrigerantes, café e bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto e a cerveja e aditivos alimentares, como nitrato de sódio, glutamato monossódico e aspartame. Além disso, têm-se ainda como fatores desencadeantes alguns comportamentos alimentares, tais como: privação de cafeína, privação ou baixo consumo de líquidos e jejum prolongado.
O glutamato monossódico, apontado como precipitante da enxaqueca, encontra-se principalmente em realçadores de sabores, sopas instantâneas e molhos. O glutamato, além do consumo de nitrito e nitrato, levam a estimulação de receptores sensoriais e à liberação de neuropeptídios vasodilatadores, provocando assim, a enxaqueca.
Diante do exposto, é possível verificar que existe relação entre a alimentação e as crises de enxaqueca. Portanto, é importante o acompanhamento do nutricionista para identificar quais alimentos e nutrientes podem desencadear as crises.
Referências:
Janoska M, Chor??ka K, Domitrz I. Migraine frequency and its association with dyslipidemia in women. Neurol Neurochir Pol 2015;49(2):95-8.
Gelaye B, Larrabure-Torrealva GT, Qiu C, Luque-Fernandez MA, Peterlin BL, Sanchez SE et al. Fasting lipid and lipoproteins concentrations in pregnant women with a history of migraine. Headache 2015;55(5):646-57.
Saracco MG, Calabrese G, Cavallini M, Montano V, Rinaldi B, Valfrè W, et al. Relationship between primary headache and nutrition: a questionnaire about dietary habits of patients with headache. Neurol Sci 2014;35(1):159-61.
Nazari F, Eghbali M. Migraine and its relationship with dietary habits in women. Iran J Nurs Midwifery Res 2012;17(2):65- 71.