
O uso de probióticos na saúde humana
A constante demanda por estratégias para promoção de saúde e aumento da expectativa de vida tem incentivado estudos com alimentos funcionais.
Nesse contexto, surgem os probióticos que auxiliam na manutenção do equilíbrio e recuperação da microbiota intestinal.
Mas o que são probióticos?
São microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem saúde ao organismo. Os gêneros de probióticos mais utilizados atualmente são os Lactobacillus (mais presente no intestino delgado) e Bifidobacterium (mais presente no intestino grosso).
No cólon, os probióticos se multiplicam, mas não se estabelecem como colonizadores da mucosa; portanto, quando se interrompe a suplementação dos mesmos, ocorre uma redução desses microorganismos em até 8 dias. Assim, ao iniciar a suplementação, é aconselhável o uso contínuo.
Devemos lembrar que o envelhecimento está associado à redução de até mil vezes da população de bactérias benéficas no trato gastrintestinal, portanto, é recomendado a suplementação nessa população.
Probióticos como coadjuvantes no tratamento de doenças
Estudos indicam resultados positivos no uso de probióticos como coadjuvantes no tratamento de várias doenças como: obesidade, câncer, alergias, doenças gástricas, intestinais e respiratórias.
Para que um alimento que contém probióticos apresente algum efeito terapêutico, faz-se necessária a ingestão diária de 108 a 1010 UFC do microorganismo. A Anvisa, desde 2008, estabeleceu que produtos que contêm microorganismos probióticos devem apresentar de 108 a 109 na recomendação diária do produto.
Atualmente os probióticos são apresentados em pó, sachês, cápsulas, alguns produtos alimentícios, dentre outros. Ressalta-se que não existe uma única cepa probiótica que confira todos os benefícios simultaneamente.
Prescrição de probióticos
A prescrição de probióticos devem levar em consideração alguns fatores que comprometem o equilíbrio da microbiota intestinal, como hábitos alimentares inadequados, ingestão de bebidas alcoólicas, uso de medicamentos (como corticosteroides, tratamento quimioterápico), idade e doenças. Devemos considerar que o uso de probióticos, mesmo para pacientes saudáveis, deve ser individualizado-levar em consideração o estado clínico do paciente, bem como a idade, os hábitos alimentares e outros – controlado e recomendado por um profissional da saúde capacitado para tal função, como o nutricionista.
Referências:
Floch MH. The effect of probiotics on host metabolismo: the microbiota and fermentation. J Clin Gastroenterol. 2010; 44(1): 19-21.
Pyne DB e cols. Probiotics supplementation for athletes: clinical and physiological effects. Eur J Sports Sci. 2014; 15(1): 63-72.
Sanders ME e cols. Safety assessment of probiotics for human use. Gut Microbes. 2010; 1(3): 164-85.