
Treinamento de força e prevenção de quedas em idosos
Representado por cerca de 30-40% da nossa massa corporal total, o esqueleto humano é um tecido altamente adaptável a perturbações homeostáticas, como o estresse mecânico e metabólico. Todavia, com o avanço da idade, sua integridade estrutural e funcional é comprometida, com sua taxa de degradação podendo chegar a aproximadamente 10% a cada década. Juntamente com a sarcopenia, os aspectos funcionais mais deteriorados são a força, a potência e a taxa de desenvolvimento de força (TDF), comprometendo condições físicas como o equilíbrio dinâmico e estático, diminuindo a autonomia para a realização de atividades da vida cotidiana e aumentando a incidência de quedas e fraturas ósseas.
Neste sentido, quando associada a determinadas intervenções nutricionais, o treinamento de força (resistido) é uma das estratégias mais eficazes para reverter, e/ou atenuar tais processos degenerativos. Os benefícios do aumento na taxa de síntese de proteínas miofibrilares vão desde uma melhora na regulação homeostática e metabólica do organismo como um todo, até o reestabelecimento dos aspectos funcionais acima citados. Dentre estes, especificamente os incrementos na TDF, constituem um dos mais importantes para a população idosa, que frequentemente necessita lidar com perturbações posturais inesperadas, evitar quedas, fraturas e demais comprometimentos físicos associados.
O desenvolvimento neuromuscular é crucial no tocante a reversão, e/ou atenuação dos mecanismos degenerativos induzidos pelo envelhecimento. Para tanto, o planejamento de treinamento deve ser prescrito de forma coerente, proporcionando de maneira segura um aumento gradativo do estresse mecânico, metabólico e do recrutamento de unidades motoras. Não podemos esquecer da importância da nutrição nesse processo, pois uma alimentação equilibrada em cálcio, magnésio, vitamina D, fósforo e ômega 3 funcionará como um dos fatores principais na prevenção de quedas de idosos.
Referências bibliográficas:
1. Flück M. Functional, structural and molecular plasticity of mammalian skeletal muscle in response to exercise stimuli. J Exp Biol. 2006;209(Pt 12):2239-2248.
doi:10.1242/jeb.02149
2. Lavin KM, Roberts BM, Fry CS, Moro T, Rasmussen BB, Bamman MM. The
Importance of Resistance Exercise Training to Combat Neuromuscular
Aging. Physiology. 2019;34(2):112-122. doi:10.1152/physiol.00044.2018
3. American College of Sports Medicine, Chodzko-Zajko WJ, Proctor DN, et al.
American College of Sports Medicine position stand. Exercise and physical
activity for older adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(7):1510-1530.
doi:10.1249/MSS.0b013e3181a0c95c
4. Maffiuletti NA, Aagaard P, Blazevich AJ, Folland J, Tillin N, Duchateau J. Rate
of force development: physiological and methodological considerations. Eur J
Appl Physiol. 2016;116(6):1091-1116. doi:10.1007/s00421-016-3346-6
5. Borde R, Hortobágyi T, Granacher U. Dose-Response Relationships of
Resistance Training in Healthy Old Adults: A Systematic Review and Meta-
Analysis. Sports Med. 2015;45(12):1693-1720. doi:10.1007/s40279-015-0385-9